quinta-feira, 28 de maio de 2015

Aeródromos que não se adequarem à Legislação serão fechados nos próximos meses

Respost de uma notícia, do site do DECEA, publicado em 25/05/2015, por Glória Galembeck.



Serão fechados, nos próximos meses, 54 aeródromos que não possuem Planos de Zona de Proteção de Aeródromos (PBZPA). Outros 28 aeródromos correm o risco de encerrar suas atividades operacionais, caso não se adequem à legislação vigente. Desse total de 82 aeródromos, 44 localizam-se na região Sudeste, 13 na região Centro-Oeste, 12 na região Norte, 12 na região Nordeste e um localiza-se na região Sul.

O Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo, bem como de Heliponto, de Auxílios à Navegação Aérea e de Procedimentos de Navegação Aérea, são exigências internacionais que funcionam como limitador às implantações no entorno dos aeródromos, com o objetivo de garantir a segurança e a regularidade das operações aéreas. Esses Planos são disciplinados pela Portaria nº 256/GC5 do Comando da Aeronáutica, publicada em 13 de maio de 2011.

O fechamento definitivo desses aeródromos, por parte da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), é o último passo de um conjunto de ações que vem sendo adotado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), desde 2011, para manter a segurança e a regularidade das operações aéreas nos aeródromos brasileiros.

Na condição de signatário da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), o Brasil segue a legislação relativa à segurança das operações aéreas em aeródromos. Nesse sentido, a Agência de Nacional de Aviação Civil (ANAC) e o Comando da Aeronáutica, autoridades aeronáuticas brasileiras, possuem normas específicas dessa matéria que refletem as diretrizes de segurança internacional, nas quais se insere a Portaria nº 256/GC5.

Para a elaboração de um Plano Básico, é realizado levantamento topográfico do entorno do aeródromo com o objetivo de determinar o tipo e a altura dos obstáculos, como prédios e antenas, que podem ser construídos sem prejuízo para a operação de voos visuais ou por instrumentos. A responsabilidade pela confecção desse plano é do administrador do aeródromo.

Desde a publicação da Portaria 256, diversas medidas foram adotadas para que os administradores aeroportuários se adequassem à legislação. Em 2012, o DECEA, realizou um ciclo de palestras com a finalidade de esclarecer as prefeituras municipais e os administradores de aeródromos quanto à importância das Zonas de Proteção de Aeródromos (ZPA) e da observância da Portaria 256. Foram realizadas dez palestras, abrangendo todas as regiões do território brasileiro.

Em maio de 2012, o Diário Oficial da União nº 92 chamou a atenção para o término do prazo de um ano, estabelecido na Portaria 256, para apresentação do plano de zona de proteção e, ainda, notificou os administradores dos aeródromos privados quanto aos procedimentos a serem adotados para suas regularizações.

Em novembro de 2013, o Diário Oficial da União nº 232 publicou uma relação de aeródromos que ainda não haviam se adequado à Portaria 256, com a observação de que o não cumprimento do previsto acarretaria o fechamento temporário dos aeródromos.

Essas medidas resultaram em um aumento expressivo no número de planos apresentados. Entre 2012 e 2014 foram apresentados 30 vezes mais planos que nos dois anos anteriores. Mesmo assim, ainda restaram muito aeródromos sem Plano Básico de Zona de Proteção.

Tramitam, atualmente, na Junta de Julgamento da Aeronáutica (JJAer) cerca de 1.600 processos para aplicação de sanções administrativas. Esses processos são referentes a aeródromos que, mesmo depois de todos os esforços de divulgação do DECEA, não se manifestaram, ou seja, não sinalizaram que iriam regularizar a sua situação.

No ano de 2014, o DECEA fechou temporariamente 161 aeródromos, cujos administradores não foram sequer identificados. O objetivo é evitar operações inseguras e incentivar administradores aeroportuários a tomarem providências. Esses fechamentos foram informados à comunidade aeronáutica por meio de NOTAM (Notice to Airmen).

Existem no Brasil 3.415 aeródromos, sendo 2.378 privados e 677 públicos. Dentre os aeródromos que serão fechados definitivamente pela ANAC, 14 são públicos e 40 pertencem à iniciativa privada. Os processos referentes a outros 23 aeródromos públicos e cinco privados ainda não estão conclusos e é possível que os administradores revertam a situação.

Os Planos Básicos de Proteção de Aeródromos existentes podem ser acessados na página do DECEA na internet, www.decea.gov.br/aga. A observância ao preconizado na Portaria 256 tem como finalidade permitir somente a continuidade das operações nos aeródromos que tenham condições seguras. Nesse contexto, o DECEA tem aplicado restrições operacionais ao receber projetos de modificação de aeródromos com implantações que interferem com a operação atual, é o caso dos aeródromos dos municípios de Ariquemes (RO), Cachoeiro do Itapemirim (ES), Paranaguá (PR) e Orlando Bezerra de Menezes, localizado em Juazeiro do Norte (CE), que estão fechados temporariamente.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Papel Modelismo

O trabalho acabou e a folga chegou, o que fazer?

Muitos comandantes ou entusiastas da aviação poderiam simplesmente ficar em casa; reunir a família ou amigos; viajar e descer pro litoral; praticar esportes; ir ao cinema ou ler livros; colocar a casa em ordem; ou simplesmente descansar, descansar e descansar e etc. Mas que tal utilizar as mãos além dos manches, cíclicos e coletivos? 

No site da Canon é possível fazer o download gratuitamente de algumas aeronaves (aviões e helicópteros) em formato PDF e imprimi-las para montá-las em um belo modelo de papel.


Eis aí uma forma diferente e divertida de se distrair montando nosso "escritório" e depois nos presentear com nossos "dons artísticos". Quem sabe presentear amigos, filhos, netos e nisso despertar ou recordar o sonho no coração de alguém? 

Um simples entretenimento ao alcance de todos e com uma ótima lição: a construção do seu sonho só depende do trabalho de suas mãos!

Bons voos.

> Cmte.Resende

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Livro: A Zona da Morte

Este post eu dedico ao excelente trabalho realizado pelo escritor americano e piloto de linha aérea: Paul A. Craig, em seu livro “The Killing Zone”, traduzido no Brasil como “A Zona da Morte” e publicado pela Editora Bookman. Impulsionado por uma preocupação constante com a alta taxa de acidentes entre pilotos de aviação geral, Paul conduziu projetos de pesquisa para universidades, para a FAA (Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos) e para a NASA, que identificou o problema. Inclusive já foi nomeado duas vezes como o Instrutor de Voo do ano pela FAA. 


Sumário

  • Introdução
  • A Zona da Morte
  • Segurança Disponível x Segurança Real
  • VFR Continuando em Condições IFR
  • Voo de Manobra
  • Decolagem e Subida
  • Aproximação e Pouso
  • Incursão em Pista
  • Colisão Aérea
  • Gerenciamento de Combustível
  • Saúde do Piloto, Álcool e Drogas
  • Voo Noturno
  • Gelo
  • O Efeito do Treinamento de Voo Avançado
  • Voo por Instrumentos e CFIT
  • Acidentes com Aeronaves Avançadas
  • Personalidades de Piloto
  • Airmanship

O livro pode ser facilmente encontrado à venda no site Buscapé e possui uma leitura muito agradável e envolvente. Paul procurou escrever o livro como se estivesse conversando com o leitor. Ao longo das páginas vai expondo suas experiências como piloto e instrutor de voo, inclusive de outros pilotos, citando dados e fontes de suas pesquisas, explicando conceitos teóricos de diversos assuntos pertinentes à aviação, e ao citar exemplos e conclusões das inúmeras causas que levam à fatalidade nos acidentes aéreos, o leitor tem a oportunidade de compreender como e por que os acidentes aéreos acontecem. 

Segundo Paul A. Craig, em seu livro ele diz: “Apesar do título do livro, voar é seguro... Cabe a nós, como indivíduos, determinar o quanto de risco está presente e decidir se aceitaremos ou rejeitaremos essa oportunidade... Já cancelei muitas vezes um voo porque achei que o risco era muito alto. Você toma uma decisão melhor quando você conhece tudo sobre o risco que você enfrenta... Acidentes podem acontecer quando pilotos, que são tomadores de decisão extraordinários, são confrontados por riscos não conhecidos... Acidentes também podem acontecer quando a oportunidade de avaliar o risco foi dada ao piloto, mas ele não a aproveitou. Esses acidentes poderiam ter sido evitados e são o foco principal deste livro”.

Sabemos que acidentes aéreos podem acontecer com qualquer piloto, independente do seu nível de experiência, mas o principal foco do livro é “o período de 50 a 350 horas em que eles assumem pela primeira vez o comando do voo, sem a presença do instrutor. Embora já certificados, vários desses novos pilotos não conhecem os potenciais riscos diante de uma situação em que precisam tomar decisões por conta própria. Muitos são vitimados pela inexperiência”. 

Em relação a nossa realidade aqui no Brasil, no momento eu não tenho dados relacionando os acidentes aéreos com a experiência de voo do piloto (de 50 a 350 horas), assim como fez Paul A. Craig, mas eu tenho dados do CENIPA comprovando, dentro dos Fatores Contribuintes, as principais causas que influenciaram num acidente aéreo. E nisso podemos observar que por aqui, o erro na tomada de decisão, também é alto:


Este gráfico acima foi retirado da Revista Conexão SIPAER, v.4, n.3, dez/2013, assim como sua explicação: “Na Figura 2, pode-se observar que em 64,9% dos acidentes investigados pelo CENIPA, na década de 2000 a 2009, houve a contribuição do fator julgamento, como sendo o erro do piloto decorrente da inadequada avaliação de aspectos relacionados à operação da aeronave. Tais aspectos estão relacionados diretamente a falhas no processo decisório - detecção das necessidades, definição do problema, reunião de informações, avaliação e escolha da melhor alternativa, implementação da solução, monitoramento e retroalimentação – que subsidia o processo de decisão através da consciência situacional, a partir da percepção de estímulos, compreensão da situação e projeção dos ensinamentos de segurança aprendidos”.

Bom, apesar do livro ser focado em acidentes de asa fixa (avião) eu exorto a importância de sua leitura, também, para os pilotos de asa rotativa (helicóptero), pois grande parte do livro pode ser absorvido e aplicado em nosso trabalho - exceto, e óbvio, as técnicas de voo para asa fixa. Atenção comandantes, alunos de PP, PC e IFR - e inclusive os pilotos privados que irão voar suas próprias aeronaves - leiam este livro antes de ansiarem pelo seu primeiro voo solo, pois o autor deste livro disse uma grande verdade: Não voe solo até conhecer todos os perigos da Zona da Morte. Isso pode salvar a sua vida!”.

Eis aí um livro que vale a pena ser lido, relido e indicado, pois o Paul A. Craig é uma autoridade no assunto. Boa leitura e bons voos!

> Cmte.Resende