Este post eu dedico ao excelente trabalho realizado pelo escritor americano e piloto de linha aérea: Paul A. Craig, em seu livro “The Killing Zone”, traduzido no Brasil como “A Zona da Morte” e publicado pela Editora Bookman. Impulsionado por uma preocupação constante com a alta taxa de acidentes entre pilotos de aviação geral, Paul conduziu projetos de pesquisa para universidades, para a FAA (Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos) e para a NASA, que identificou o problema. Inclusive já foi nomeado duas vezes como o Instrutor de Voo do ano pela FAA.
Sumário
O livro pode ser facilmente encontrado à venda no site Buscapé e possui uma leitura muito agradável e envolvente. Paul procurou escrever o livro como se estivesse conversando com o leitor. Ao longo das páginas vai expondo suas experiências como piloto e instrutor de voo, inclusive de outros pilotos, citando dados e fontes de suas pesquisas, explicando conceitos teóricos de diversos assuntos pertinentes à aviação, e ao citar exemplos e conclusões das inúmeras causas que levam à fatalidade nos acidentes aéreos, o leitor tem a oportunidade de compreender como e por que os acidentes aéreos acontecem.
- Introdução
- A Zona da Morte
- Segurança Disponível x Segurança Real
- VFR Continuando em Condições IFR
- Voo de Manobra
- Decolagem e Subida
- Aproximação e Pouso
- Incursão em Pista
- Colisão Aérea
- Gerenciamento de Combustível
- Saúde do Piloto, Álcool e Drogas
- Voo Noturno
- Gelo
- O Efeito do Treinamento de Voo Avançado
- Voo por Instrumentos e CFIT
- Acidentes com Aeronaves Avançadas
- Personalidades de Piloto
- Airmanship
O livro pode ser facilmente encontrado à venda no site Buscapé e possui uma leitura muito agradável e envolvente. Paul procurou escrever o livro como se estivesse conversando com o leitor. Ao longo das páginas vai expondo suas experiências como piloto e instrutor de voo, inclusive de outros pilotos, citando dados e fontes de suas pesquisas, explicando conceitos teóricos de diversos assuntos pertinentes à aviação, e ao citar exemplos e conclusões das inúmeras causas que levam à fatalidade nos acidentes aéreos, o leitor tem a oportunidade de compreender como e por que os acidentes aéreos acontecem.
Segundo Paul A. Craig, em seu livro ele diz: “Apesar do título do livro, voar é seguro... Cabe a nós, como indivíduos, determinar o quanto de risco está presente e decidir se aceitaremos ou rejeitaremos essa oportunidade... Já cancelei muitas vezes um voo porque achei que o risco era muito alto. Você toma uma decisão melhor quando você conhece tudo sobre o risco que você enfrenta... Acidentes podem acontecer quando pilotos, que são tomadores de decisão extraordinários, são confrontados por riscos não conhecidos... Acidentes também podem acontecer quando a oportunidade de avaliar o risco foi dada ao piloto, mas ele não a aproveitou. Esses acidentes poderiam ter sido evitados e são o foco principal deste livro”.
Sabemos que acidentes aéreos podem acontecer com qualquer piloto, independente do seu nível de experiência, mas o principal foco do livro é “o período de 50 a 350 horas em que eles assumem pela primeira vez o comando do voo, sem a presença do instrutor. Embora já certificados, vários desses novos pilotos não conhecem os potenciais riscos diante de uma situação em que precisam tomar decisões por conta própria. Muitos são vitimados pela inexperiência”.
Em relação a nossa realidade aqui no Brasil, no momento eu não tenho dados relacionando os acidentes aéreos com a experiência de voo do piloto (de 50 a 350 horas), assim como fez Paul A. Craig, mas eu tenho dados do CENIPA comprovando, dentro dos Fatores Contribuintes, as principais causas que influenciaram num acidente aéreo. E nisso podemos observar que por aqui, o erro na tomada de decisão, também é alto:
Este gráfico acima foi retirado da Revista Conexão SIPAER, v.4, n.3, dez/2013, assim como sua explicação: “Na Figura 2, pode-se observar que em 64,9% dos acidentes investigados pelo CENIPA, na década de 2000 a 2009, houve a contribuição do fator julgamento, como sendo o erro do piloto decorrente da inadequada avaliação de aspectos relacionados à operação da aeronave. Tais aspectos estão relacionados diretamente a falhas no processo decisório - detecção das necessidades, definição do problema, reunião de informações, avaliação e escolha da melhor alternativa, implementação da solução, monitoramento e retroalimentação – que subsidia o processo de decisão através da consciência situacional, a partir da percepção de estímulos, compreensão da situação e projeção dos ensinamentos de segurança aprendidos”.
Bom, apesar do livro ser focado em acidentes de asa fixa (avião) eu exorto a importância de sua leitura, também, para os pilotos de asa rotativa (helicóptero), pois grande parte do livro pode ser absorvido e aplicado em nosso trabalho - exceto, e óbvio, as técnicas de voo para asa fixa. Atenção comandantes, alunos de PP, PC e IFR - e inclusive os pilotos privados que irão voar suas próprias aeronaves - leiam este livro antes de ansiarem pelo seu primeiro voo solo, pois o autor deste livro disse uma grande verdade: “Não voe solo até conhecer todos os perigos da Zona da Morte. Isso pode salvar a sua vida!”.
Eis aí um livro que vale a pena ser lido, relido e indicado, pois o Paul A. Craig é uma autoridade no assunto. Boa leitura e bons voos!
> Cmte.Resende
Nenhum comentário:
Postar um comentário