Com o avanço da tecnologia, cada vez mais rápido, não é de se espantar que quase todos os dias testemunhamos novidades na mídia, seja na área da informática, telefonia, automobilístico, saúde e inclusive na aviação. Os Drones ou VANTS (Veículo Aéreo Não Tripulado) foram primeiramente desenvolvidos com intuito de cumprir missões militares e hoje sua comercialização está crescendo rapidamente no mercado civil, desde simples brinquedos para crianças ou avançados para adultos; no uso para fotografias ou filmagens aéreas; para vigilância de fronteiras e eventos importantes ou de estudo em grandes hectares no ramo da agricultura e, até mesmo, como instrumento de pulverização em áreas menores; transporte de boias no salvamento de vítimas de afogamento e etc.
A sua versatilidade é tão grande, que a empresa Amazon pretende incluir o uso de Drones como meio de entrega de mercadorias aos seus clientes e os Estados Unidos estão aos poucos liberando a sua utilização, com voos testes, acompanhados com regras rígidas para evitar que tal meio se transforme num caos aéreo ou que se torne outra ferramenta para terroristas colocarem em ação os seus planos maquiavélicos. Enfim, os Drones chegaram com tudo e será difícil barrar os seus voos, pois o mercado já percebeu o potencial que eles possuem, com uma ampla gama de atuação e, obviamente, com uma grande receita de lucratividade!
Felizmente os Drones virão para facilitar a vida de muitos, mas também, para dificultar a vida de muitos outros, em especial, no meio aeronáutico. Os profissionais da aviação estão acostumados e conscientizados a respeito dos bird strikes e wire strikes, além das pipas e balões que causam imenso prejuízo às empresas do setor onde, infelizmente, vêm acompanhados com alguns índices de fatalidades em suas ocorrências. Agora será questão de tempo para que surja mais uma categoria envolvendo incidentes e acidentes aéreos, os ditos: drone strikes.
Um exemplo é o que ocorreu, recentemente, na Califórnia:
“Duas aeronaves não tripuladas que voavam perto de aeronaves de combate a incêndios, da Califórnia, no espaço aéreo fechado de 24 de junho "poderia ter matado todo mundo no ar", um oficial do Serviço Florestal dos EUA disse em uma coletiva de imprensa convocada para destacar o incidente. O diretor Mike Eaton da Floresta Aviação, um supervisor aéreo táctico, disse que um drone de asa fixa vermelho ou laranja com uma envergadura de 90 a 120cm voaram entre dois aviões de combate a incêndios, a 12.500 e 11.500 pés, que estavam se preparando para soltar o retardador de incêndio no Lago de Fogo no Montanhas de São Bernardino. Um avião “air tanker” (com reservatório de água) estava seguindo as duas aeronaves. Após o encontro com o drone, as três aeronaves interromperam o combate ao incêndio e duas retornaram à base no Aeroporto Internacional de San Bernardino. Como eles fizeram, os pilotos relataram avistar um drone de asa rotativa voando a cerca de 700 pés. Os incidentes levaram os bombeiros a interromperem o combate aos incêndios no dia. O primeiro grande incêndio do ano no sul da Califórnia "certamente cresceu, porque não fomos capazes de largar o retardador", disse Eaton na conferência de imprensa. Na manhã de 25 de Junho, mais de 23.000 acres estavam queimando. Os incidentes levaram os bombeiros reiterarem suas mensagens aos operadores de drones: "SE VOCÊ VOAR, NÓS NÃO VOAREMOS". (Texto traduzido, do site Aviation Today).
Abaixo segue imagens de aeronaves exemplificando o uso do retardador no combate à incêndios:
Um homem também foi preso, em Nova York, por fazer voar um Drone em altitude fora das regras vigentes e perigosamente próximo ao helicóptero da Polícia de Nova York:
Atualmente, no Brasil, existem alguns documentos que tratam a respeito dos Drones/VANTs: a ICA 100-40, a DCA 63-4 e a AIC N 21. Com isso eu encerro o tópico, na esperança que nossas autoridades mantenham "os olhos abertos” referente ao uso dos Drones no Espaço Aéreo Brasileiro, em especial aos arredores de aeródromos e helipontos, procurando conscientizar os profissionais do setor e juntamente com o apoio da mídia conscientizando a população para evitar o uso de tal aparelho, aos arredores dos mesmos. Também, procuro fazer a minha parte conscientizando outros pilotos de asa rotativa e asa fixa, a focarem sua atenção no horizonte em busca dos novos “pássaros mecânicos” dos ares, os Drones!
Um abraço e bons voos.
> Cmte. Resende
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